quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Capítulo 2: Encontro Marcado


Episódio 2 – VERDADE ABSOLUTA

29 de Janeiro de 1986 – 15:30 – tarde
Era o dia do casamento de Leila e Rodolfo. Igreja lotada e muito bem decorada. Foi o dia em que o sonho de Leila estava se realizando. Casar-se com Rodolfo era como entrar para a realeza. Rico, bonito e de família nobre e influente.
E ali estavam os dois no altar, olhando nos olhos um do outro. Olhares  apaixonados.
            - Eu, Rodolfo Abrazacks, prometo amá-la sempre. Respeitá-la e estar contigo em todos os momentos da vida. Caminhando sempre lado a lado até os últimos dias da minha vida. – Rodolfo coloca a aliança no dedo de Leila e beija a mão dela.
            - Eu, Leila Molinari, prometo amá-lo em todos os dias de minha existência. Prometo ser a companheira de todos os dias e me comprometo em lhe respeitar e estar sempre ao seu lado em todos os momentos. Prometo fidelidade e carinho até os últimos dias de minha vida.
Leila coloca o anel no dedo de Rodolfo e logo após os dois se beijam. Todos os presentes na igreja começam a aplaudir.

25 de Dezembro de 2015 – 03:59 – noite
De volta a noite do crime. Continuamos a partir do depoimento de Leila. Fontes e Lúcia haviam questionado sobre o divórcio iminente que aconteceria caso Rodolfo não tivesse falecido. Leila estava relembrando os momentos de felicidades ao lado do marido.
            - E de repente a gente vê os nossos sonhos se esvaírem no ar como se fossem míseras cinzas. Porque foi exatamente assim que eu me senti quando decidimos dar um tempo.
            - Então vocês de fato iam se separar? Isso é surpreendente. Por anos e anos vocês foram capas de jornais e revistas, sem contar os programas de celebridades que os destacavam como o casal referência. – Fala Lúcia.
            - As coisas nem sempre são como a mídia mostra. Eles vendem o que eles querem que as pessoas vejam.
            - Uma excelente observação, dona Leila. – Fala Fontes. – Agora eu esstou curioso com uma coisa. Quem é Banker? Homem ou mulher? Seria um ou uma possível amante?
            - Disso eu não tenho dúvidas. – Fala Leila, já demonstrando pouca sensibilidade pela morte de Rodolfo.
            - Só nos resta então fazer uma coisa. – Fala Lúcia.
            - Que coisa? Pergunta Leila, curiosa.
. . . . . . . . . .

Em questão de minutos temos todos os convidados e empregados da mansão reunidos na sala principal, juntamente com os inspetores Fontes e Lúcia. Há uma certa apreensão no ar por parte dos presentes. Muitos não sabiam o que aconteceria ali. Talvez o medo de que o assassino foi descoberto e seria revelado, assim como o final de muitas histórias de mistério policial.
            - Reuni todos aqui, pois como sabem, sou o investigador de polícia, me chamo Fontes, e esta é minha parceira de trabalho, inspetora Lúcia. Cada um de vocês serão ouvidos essa noite. Mas antes há um motivo de estarmos aqui, todos juntos. – Fala Fontes.
Os presentes se olham entre si.
            - Inspetora, queira fazer a gentileza.
Fontes acena com a cabeça e Lúcia pega o celular de Rodolfo e faz uma ligação para o contato chamado Banker, que está na agenda do celular. Alguns segundos depois, ouve-se o som de um celular chamando. Todos se olham. Mara, mulher do deputado Pablo, abre a bolsa e pega o celular. Nervosa, ela não atende. Pablo a olha como se lhe pedisse uma explicação. Lúcia finaliza a ligação.
            - Muito bem senhores. – Fala Fontes – O que aconteceu aqui agora foi uma ligação para um contato que encontramos no celular da vítima. Banker. Mas parece que essa pessoa na verdade tem outro nome. Senhorita, queira fazer a gentileza de nos acompanhar até o escritório?
Mara fica nervosa e acompanha Fontes e Lúcia. Pablo fica tenso. Helena se aproxima de Leila.
            - Então quer dizer que o meu cunhado estava tendo um caso com a mulher do deputado? Eu te avisei, Leila. Você não quis me ouvir. – Fala Helena.
            - Me deixa, Helena.
Leila sai da sala.
. . . . . . . . .

No escritório, Mara estava sentada, chorando. Lúcia e Fontes estavam a sua frente.
            - Eu não matei o Rodolfo. – Fala Mara.
            - Mas ninguém aqui está te acusando de nada. – Fala Lúcia.
            - Só queremos saber o seu vínculo com a vítima. – Fala Fontes.
Mara tenta se acalmar...

15 de Julho de 2004 – 20:21 – noite
Era uma festa de gala. Leila estava sendo homenageada por um trabalho voluntário que fizera. Mara estava tomando um ar no jardim da mansão Abrazacks. Rodolfo se aproxima e lhe abraça por trás, beijando o pescoço dela.
            - Ficou louco, Rodolfo? Alguém pode nos ver. – Fala Mara.
            - Eu não me importo com isso. – Diz Rodolfo.
            - Mas eu sim. Não quero que o Pablo descubra nada. Ele é muito importante pra mim.
            - O dinheiro dele.
Mara bate na cara de Rodolfo. Ele devolve a bofetada no mesmo instante. Mara fica com a mão no rosto.
            - Se bater em mim de novo eu vou fazer pior do que isso.

25 de Dezembro de 2015 – 04:05 – noite
De volta ao interrogatório de Mara.
            - Rodolfo era um homem desprezível. Arrogante e prepotente. Seja quem for que tenha matado esse infeliz, fez um favor ao mundo. – Diz Mara.
            - Porque tanto ódio assim? Na mensagem ele parecia gostar muito de você. O que aconteceu entre vocês nos últimos dias? – Pergunta Lúcia.
            - Eu nunca gostei ou tive algum sentimento verdadeiro por Rodolfo. Era apenas dinheiro. Rodolfo me tinha porque sabia que eu não podia perder Pablo. Ele é única pessoa com quem eu posso contar.
            - Seria capaz de tudo para preservar seu casamento com o deputado? – Questiona Fontes.
            - Não! – Rebate Mara, assustada – Eu jamais seria capaz de matar alguém. Eu posso parecer uma interesseira, mas jamais uma assassina. Eu posso garantir isso.
            - Tudo bem, dona Mara. Isso é tudo por enquanto. – Fala Lúcia.
Mara se levanta da cadeira e sai do escritório. Ao sair, ela encontra Leila a sua espera.
            - Leila!?
Sem dizer nada, Leila desfere uma bofetada no rosto de Mara, que ela pende para o lado.
            - Sua vagabunda e ordinária. Se fingindo de amiga esse tempo todo. Mas agora vai terminar que nem uma cadela sarnenta mendigando no meio da rua.
Leila sai e Mara fica chorando.
. . . . . . . . . .

Agora, Fontes e Lúcia estavam no quarto de Berenice, que estava deitada na cama.
            - Desculpe incomodá-la. Mas precisamos de sua autorização para dar prosseguimento na investigação. – Fala Fontes.
            - Minha autorização? Mas para que, exatamente? – Pergunta Berenice.
            - Bom. Primeiro queremos ter acesso a alguns pertences da vítima, como notebooks, correspondências ou algo mais que possa nos dar pistas sobre quem pode ter cometido o crime.
Berenice se levanta e fica sentada na cama.
            - Vocês tem minha permissão para vasculhar qualquer canto dessa casa.
Fontes e Lúcia abrem um sorriso.
. . . . . . . . .

Vivian, a repórter, estava tomando champanhe, enquanto observava os presentes na sala. Gonzales se aproxima dela.
            - Admirando as pessoas? Ou apenas criando algo para publicar em seu jornal. – Diz Gonzales.
            - Uma grande repórter nunca perde uma oportunidade. Eu digo que está festa vai me render muito.
            - Qual sua ligação com essa família?
            - Porque a pergunta?
            - Curiosidade. A família Abrazacks não costuma receber qualquer pessoa em suas festas.
            - Então eu não sou qualquer pessoa. Com licença.
Vivian se afasta e Gonzales a observa, enquanto ela caminha até Leila, que está chegando na sala e abraça ela.
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Fontes e Lúcia estavam no escritório junto com o policial Souza. Este estava acessando o leptope de Rodolfo.
            - Consegui. – Fala Souza.
            - Perfeito! – fala Fontes – Espero que tenha muitas pistas para nos levar até o criminoso.
            - Estou sentindo que vamos encontrar mais do que pistas.
Souza vasculha os arquivos pessoais e descobre uma pasta chamada “Operação Corvo”.
            - Operação Corvo? O que será isso? – Questiona Lúcia.
            - Só há uma maneira de descobrir.
Souza acessa a pasta e descobre uma infinidade de documentos relacionados a pessoas, e muitas delas são convidados que estão na festa. Há arquivos em vídeo e fotografias, além de alguns áudios.
            - É. Acho que descobrimos o armário onde os Abrazacks escondem os esqueletos.
Fontes olha para Lúcia e fica pensativo.
            - Está na hora de falar cara a cara com essas pessoas. – fala Fontes.

Continua...


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