Episódio
2 – VERDADE ABSOLUTA
29 de
Janeiro de 1986 – 15:30 – tarde
Era o dia do casamento de Leila e Rodolfo.
Igreja lotada e muito bem decorada. Foi o dia em que o sonho de Leila estava se
realizando. Casar-se com Rodolfo era como entrar para a realeza. Rico, bonito e
de família nobre e influente.
E ali estavam os dois no altar, olhando nos
olhos um do outro. Olhares apaixonados.
-
Eu, Rodolfo Abrazacks, prometo amá-la sempre. Respeitá-la e estar contigo em
todos os momentos da vida. Caminhando sempre lado a lado até os últimos dias da
minha vida. – Rodolfo coloca a aliança no dedo de Leila e beija a mão dela.
-
Eu, Leila Molinari, prometo amá-lo em todos os dias de minha existência.
Prometo ser a companheira de todos os dias e me comprometo em lhe respeitar e
estar sempre ao seu lado em todos os momentos. Prometo fidelidade e carinho até
os últimos dias de minha vida.
Leila coloca o anel no dedo de Rodolfo e
logo após os dois se beijam. Todos os presentes na igreja começam a aplaudir.
25 de
Dezembro de 2015 – 03:59 – noite
De
volta a noite do crime. Continuamos a partir do depoimento de Leila. Fontes e
Lúcia haviam questionado sobre o divórcio iminente que aconteceria caso Rodolfo
não tivesse falecido. Leila estava relembrando os momentos de felicidades ao
lado do marido.
- E de repente a gente vê os nossos
sonhos se esvaírem no ar como se fossem míseras cinzas. Porque foi exatamente
assim que eu me senti quando decidimos dar um tempo.
- Então vocês de fato iam se
separar? Isso é surpreendente. Por anos e anos vocês foram capas de jornais e
revistas, sem contar os programas de celebridades que os destacavam como o
casal referência. – Fala Lúcia.
- As coisas nem sempre são como a
mídia mostra. Eles vendem o que eles querem que as pessoas vejam.
- Uma excelente observação, dona
Leila. – Fala Fontes. – Agora eu esstou curioso com uma coisa. Quem é Banker?
Homem ou mulher? Seria um ou uma possível amante?
- Disso eu não tenho dúvidas. – Fala
Leila, já demonstrando pouca sensibilidade pela morte de Rodolfo.
- Só nos resta então fazer uma
coisa. – Fala Lúcia.
- Que coisa? Pergunta Leila,
curiosa.
. . . . . . . . . .
Em
questão de minutos temos todos os convidados e empregados da mansão reunidos na
sala principal, juntamente com os inspetores Fontes e Lúcia. Há uma certa
apreensão no ar por parte dos presentes. Muitos não sabiam o que aconteceria
ali. Talvez o medo de que o assassino foi descoberto e seria revelado, assim
como o final de muitas histórias de mistério policial.
- Reuni todos aqui, pois como sabem,
sou o investigador de polícia, me chamo Fontes, e esta é minha parceira de
trabalho, inspetora Lúcia. Cada um de vocês serão ouvidos essa noite. Mas antes
há um motivo de estarmos aqui, todos juntos. – Fala Fontes.
Os
presentes se olham entre si.
- Inspetora, queira fazer a
gentileza.
Fontes
acena com a cabeça e Lúcia pega o celular de Rodolfo e faz uma ligação para o
contato chamado Banker, que está na agenda do celular. Alguns segundos depois,
ouve-se o som de um celular chamando. Todos se olham. Mara, mulher do deputado
Pablo, abre a bolsa e pega o celular. Nervosa, ela não atende. Pablo a olha
como se lhe pedisse uma explicação. Lúcia finaliza a ligação.
- Muito bem senhores. – Fala Fontes
– O que aconteceu aqui agora foi uma ligação para um contato que encontramos no
celular da vítima. Banker. Mas parece que essa pessoa na verdade tem outro
nome. Senhorita, queira fazer a gentileza de nos acompanhar até o escritório?
Mara
fica nervosa e acompanha Fontes e Lúcia. Pablo fica tenso. Helena se aproxima
de Leila.
- Então quer dizer que o meu cunhado
estava tendo um caso com a mulher do deputado? Eu te avisei, Leila. Você não
quis me ouvir. – Fala Helena.
- Me deixa, Helena.
Leila
sai da sala.
. . . . . . . . .
No
escritório, Mara estava sentada, chorando. Lúcia e Fontes estavam a sua frente.
- Eu não matei o Rodolfo. – Fala
Mara.
- Mas ninguém aqui está te acusando
de nada. – Fala Lúcia.
- Só queremos saber o seu vínculo
com a vítima. – Fala Fontes.
Mara
tenta se acalmar...
15 de
Julho de 2004 – 20:21 – noite
Era
uma festa de gala. Leila estava sendo homenageada por um trabalho voluntário
que fizera. Mara estava tomando um ar no jardim da mansão Abrazacks. Rodolfo se
aproxima e lhe abraça por trás, beijando o pescoço dela.
- Ficou louco, Rodolfo? Alguém pode
nos ver. – Fala Mara.
- Eu não me importo com isso. – Diz
Rodolfo.
- Mas eu sim. Não quero que o Pablo
descubra nada. Ele é muito importante pra mim.
- O dinheiro dele.
Mara
bate na cara de Rodolfo. Ele devolve a bofetada no mesmo instante. Mara fica
com a mão no rosto.
- Se bater em mim de novo eu vou
fazer pior do que isso.
25 de
Dezembro de 2015 – 04:05 – noite
De
volta ao interrogatório de Mara.
- Rodolfo era um homem desprezível.
Arrogante e prepotente. Seja quem for que tenha matado esse infeliz, fez um
favor ao mundo. – Diz Mara.
- Porque tanto ódio assim? Na
mensagem ele parecia gostar muito de você. O que aconteceu entre vocês nos
últimos dias? – Pergunta Lúcia.
- Eu nunca gostei ou tive algum
sentimento verdadeiro por Rodolfo. Era apenas dinheiro. Rodolfo me tinha porque
sabia que eu não podia perder Pablo. Ele é única pessoa com quem eu posso
contar.
- Seria capaz de tudo para preservar
seu casamento com o deputado? – Questiona Fontes.
- Não! – Rebate Mara, assustada – Eu
jamais seria capaz de matar alguém. Eu posso parecer uma interesseira, mas
jamais uma assassina. Eu posso garantir isso.
- Tudo bem, dona Mara. Isso é tudo
por enquanto. – Fala Lúcia.
Mara
se levanta da cadeira e sai do escritório. Ao sair, ela encontra Leila a sua
espera.
- Leila!?
Sem
dizer nada, Leila desfere uma bofetada no rosto de Mara, que ela pende para o
lado.
- Sua vagabunda e ordinária. Se
fingindo de amiga esse tempo todo. Mas agora vai terminar que nem uma cadela
sarnenta mendigando no meio da rua.
Leila
sai e Mara fica chorando.
. . . . . . . . . .
Agora,
Fontes e Lúcia estavam no quarto de Berenice, que estava deitada na cama.
- Desculpe incomodá-la. Mas
precisamos de sua autorização para dar prosseguimento na investigação. – Fala
Fontes.
- Minha autorização? Mas para que,
exatamente? – Pergunta Berenice.
- Bom. Primeiro queremos ter acesso
a alguns pertences da vítima, como notebooks, correspondências ou algo mais que
possa nos dar pistas sobre quem pode ter cometido o crime.
Berenice
se levanta e fica sentada na cama.
- Vocês tem minha permissão para
vasculhar qualquer canto dessa casa.
Fontes
e Lúcia abrem um sorriso.
. . . . . . . . .
Vivian,
a repórter, estava tomando champanhe, enquanto observava os presentes na sala.
Gonzales se aproxima dela.
- Admirando as pessoas? Ou apenas
criando algo para publicar em seu jornal. – Diz Gonzales.
- Uma grande repórter nunca perde
uma oportunidade. Eu digo que está festa vai me render muito.
- Qual sua ligação com essa família?
- Porque a pergunta?
- Curiosidade. A família Abrazacks
não costuma receber qualquer pessoa em suas festas.
- Então eu não sou qualquer pessoa. Com
licença.
Vivian
se afasta e Gonzales a observa, enquanto ela caminha até Leila, que está
chegando na sala e abraça ela.
. . . . . . . . .
Fontes
e Lúcia estavam no escritório junto com o policial Souza. Este estava acessando
o leptope de Rodolfo.
- Consegui. – Fala Souza.
- Perfeito! – fala Fontes – Espero
que tenha muitas pistas para nos levar até o criminoso.
- Estou sentindo que vamos encontrar
mais do que pistas.
Souza
vasculha os arquivos pessoais e descobre uma pasta chamada “Operação Corvo”.
- Operação Corvo? O que será isso? –
Questiona Lúcia.
- Só há uma maneira de descobrir.
Souza
acessa a pasta e descobre uma infinidade de documentos relacionados a pessoas,
e muitas delas são convidados que estão na festa. Há arquivos em vídeo e fotografias,
além de alguns áudios.
- É. Acho que descobrimos o armário
onde os Abrazacks escondem os esqueletos.
Fontes
olha para Lúcia e fica pensativo.
- Está na hora de falar cara a cara
com essas pessoas. – fala Fontes.
Continua...
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