Cena 01.
Mansão de Socorro, quarto da mesma. Interior, noite.
Final da
penúltima cena do episódio 04. Continuando do mesmo local.
RAIMUNDA –
Sou eu, sim, seu tamanduá vesgo!
Orca, burra...! Bolota é mãe, sua emergente de bosta!
SOCORRO – (Grita) Seus desgraçados! Eu vou botar todo
mundo para correr, seus nojentos! Eu sou uma mulher honrada e decente...
ASTROGILDO
– Calma aí, potranca! Eu não
tenho nada a ver com isso!
RAIMUNDA –
Tem sim! Nós dois estamos aqui
para roubar o diamante!
SOCORRO – Eu sabia! Vocês NÃO vão ter diamante nenhum,
seus ridículos! Eu quero vocês fora daqui. Mas antes eu vou ensinar essa
Raimunda a virar gente!
Socorro
começa a bater em Raimunda, que revida. Astrogildo tenta intervir mas leva uma
panelada de Socorro, e cai, desmaiado. Socorro e Raimunda continuam a se
espancar. Socorro consegue pegar a panela novamente e bate na cabeça de
Raimunda, que também desmaia. Se levanta e vai em direção a porta, de onde sai
Roslene, com a arma apontada para ela.
ROSLENE – Chega, Raimunda! Eu tentei por bem! Tantas
vezes... Agora você vai ver do que eu sou capaz!
Roslene
pega a panela, com a arma apontada para Socorro. Com a panela bate em Socorro,
que desmaia. Astrogildo e Raimunda acordam.
Corta
para:
Cena 01.
Mansão de Socorro. Exterior, dia.
Estamos no
lado de fora da enorme mansão de Socorro. Um carro está passado em frente a
ela. Da casa de Socorro sai Astrogildo, que carrega a mulher nos braços,
desmaiada. Logo atrás vem Roslene e Raimunda, observando todos os lados, com
medo. Eles entram no carro, que sai. CAM passeia até uma árvore, no quintal em
frente da casa de Socorro. Uma pessoa misteriosa com um casaco grande cinza
observa tudo. Não vemos quem é.
CAM foca
na pessoa.
Continuação,
corta para:
Cena 03.
Carro de Roslene. Interior, noite.
Estamos no
carro de Roslene, modelo de luxo. Raimunda está no banco ao seu lado. Do lado
de trás está Astrogildo, que traz Socorro em seu colo, desmaiada.
RAIMUNDA –
(Nervosa)
E aí, Roslenita, gênia: Qual seu plano B?
ROSLENE – Querida,
esse já é meu plano H. Agora vamos para o único local possível em que consigo
imaginar...
ASTROGILDO
– A casa da
Socorro? Digo, a antiga?
ROSLENE – Melhor e
mais bem pensado que isso, meu caro. Vamos agora para a casa onde Tia Difuntina
nasceu. Lá ninguém nos achará.
Corta
para:
Cena 04.
Carro misterioso. Interior, noite.
Estamos em
um carro misterioso, guiado pela pessoa da cena 02, que segue o carro de
Roslene. Não vemos quem é.
Cena
05. Casa antiga. Interior, dia.
CAM
entra em uma casa muito antiga. Luzes apagadas. Entram Roslene, Raimunda e
Astrogildo.
ROSLENE -
Chegamos! É aqui!
RAIMUNDA - (Deslumbrada) Nossa! Mas que casão! Isso daqui é um palácio!
ROSLENE - Sua ignorante! É casarão.
RAIMUNDA - Tanto faz sua sacoleira da Amazônia! Vai coletar açaí, sua assalariada da Natura!
ASTROGILDO - As periguetes vão ficar puxando o mega-hair uma da outra ou vamos entrar?
ROSLENE - Ai, para de boiolice, Astrogildo! Vamos entrar sim! Aliás, vocês dois peguem a Socorro no porta mala!
RAIMUNDA - (Deslumbrada) Nossa! Mas que casão! Isso daqui é um palácio!
ROSLENE - Sua ignorante! É casarão.
RAIMUNDA - Tanto faz sua sacoleira da Amazônia! Vai coletar açaí, sua assalariada da Natura!
ASTROGILDO - As periguetes vão ficar puxando o mega-hair uma da outra ou vamos entrar?
ROSLENE - Ai, para de boiolice, Astrogildo! Vamos entrar sim! Aliás, vocês dois peguem a Socorro no porta mala!
Astrogildo vai até o carro e pega
Socorro, que está dentro de um porta malas, ainda desacordada.
ASTROGILDO - (Ofegante) Mas que bundão pesado! Delicioso, porém pesado.
ASTROGILDO - (Ofegante) Mas que bundão pesado! Delicioso, porém pesado.
Todos entram dentro do casarão.
RAIMUNDA - (Assustada) Rô! Vamos à delegacia AGORA! Roubaram todos os seus moveis!
ROSLENE - Eu juro que vou fingir que você não disse isso. É um casarão abandonado, sua anta!
RAIMUNDA - (Assustada) Rô! Vamos à delegacia AGORA! Roubaram todos os seus moveis!
ROSLENE - Eu juro que vou fingir que você não disse isso. É um casarão abandonado, sua anta!
Astrogildo chega com Socorro.
ASTROGILDO - Pelo
amor de deus, se a Socorro ainda falar comigo depois disso tudo eu vou mandar
ela fazer uma bela de uma dieta!
ROSLENE - Não
quero saber. Só quero que você acorde essa porca mutante, logo, para que eu
pegue o diamante de uma vez.
RAIMUNDA - Acorda
ela, Astrogildo.
ASTROGILDO - Socorro?
Sô? Amor? Socorro? (Grito) Vaca velha, levanta essa bunda de lasanha do
chão e me responde?
RAIMUNDA - Espera,
eu tive uma ideia.
Raimunda
procura algo em volta, encontra uma panela, a mesma que desmaiou Socorro. Bate
na cabeça desta. Socorro acorda, moribunda.
SOCORRO
– Quem
sou eu? Onde estou?
ASTROGILDO
– Você
se chama Alzira Sapatão e está aqui para nos servir/
SOCORRO
– Para
de mentir, seu michê de quinta. Eu sou Maria do Socorro e fui sequestrada por/
ROSLENE
– Então
por que perguntou, querida, se já sabia a resposta?
SOCORRO
– Pra
fazer charminho. Eu sempre tive um sonho: Perder a memória/
ROSLENE
– Típico
de você, sua ogra burra. Desde criança você é assim, exibida, aparecida.
SOCORRO
– A
é? Então eu digo: É típico de você ter feito isso, me sequestrado. Desde
criança que você é uma sem caráter! Na escola monopolizava o banheiro feminino!
Pra urinar tinha que pagar um real, pra cagar tinha que pagar dois reais. Saiu
igualzinha a sua mãe, Tia Zorobabel!
RAIMUNDA
– Chega
de papo! Anda, Socorro, desembucha: Aonde está o diamante?
SOCORRO
– Eu
não digo nem que me paguem.
ASTROGILDO
– Deve
tá no peito dela! Deixa que eu pego!
SOCORRO
– Claro
que não, está no cofre da minha mansão! Caramba, dei mancada.
Todos
a observam. Corta para:
Cena
06. Carro de Roslene. Interior, noite.
Roslene
dirige, rápida. Socorro do seu lado, amarrada.
SOCORRO
– Eu
e minha maldita boca.
ROSLENE
– Eu
não vejo a hora de botar minhas mãos nesse diamante lindo.
SOCORRO
– E
eu não vejo a hora de meter a mão na sua cara, sua E.T. de varginha do Acre/
ROSLENE
– Chegamos!
As
duas descem do carro.
Cena
07. Mansão de Socorro. Interior, noite.
Socorro
e Roslene entram, sobem as escadas. Chegam ao quarto de Socorro.
ROSLENE
– Aonde
fica o maldito cofre?
SOCORRO
– Procure
com seus olhos, sua vaca besta/
Roslene
aponta a arma para Socorro.
ROSLENE
– Como
disse?
SOCORRO
– Que
eu vou tratar de te mostrar agora mesmo, Roslenita querida, do meu coração.
Socorro
vai até um espelho que estava alojado na parede e o remove do lugar. Atrás dele
vemos um cofre, em que Socorro digita alguns números e o abre. De lá tira o
diamante cor de rosa.
SOCORRO
– E
agora?
ROSLENE
– E
agora voltaremos para o barraco. Vai!
As
duas saem, Roslene apontando a arma para Socorro.
Cena
08. Casarão abandonado. Interior, dia.
Raimunda
e Astrogildo se beijam em cima de um sofá velho. Chegam Socorro e Roslene.
SOCORRO
e ROSLENE – Mas que merda é essa?
RAIMUNDA
– Não
me venha com lição de moral a essa altura da vida, querida. Anda, cadê nosso
diamante?
Roslene
tira o diamante do sutiã e põe em cima de uma mesa, perto do sofá.
ROSLENE
– Está
aqui!
SOCORRO
– O
que vocês pensam em fazer comigo depois que essa loucura toda acabar? Vão me
matar?
ROSLENE
– Claro
que não. Bem que eu gostaria, mas não sei se devo. Enfim, depois que eu dar um
dinheiro para esses dois vigaristas, eu vou voltar para o Acre e deixar você
aí, rica. Você nem vai sentir falta desse diamante, Socorro.
Zorobabel
entra, abruptamente.
ZOROBABEL
– Adivinha
quem veio para a festinha?
ASTROGILDO
– (Assustado)
Quem é você?
ZOROBABEL
- Meu nome é Zorobabel Maria Fernandes de
Órleans e Bragança, sou mãe dessa desnaturada chamada Roslene.
ROSLENE - (confusa) De Órleans e Bragança?
ZOROBABEL - Me casei ontem com Rafael Antônio de Órleans e Bragança, descendente da
princesa Isabel. Sou a nova princesa desse país.
SOCORRO – Então é você mesma, titia?
ZOROBABEL – Claro que sim, e estou aqui para te ajudar.
ROSLENE – Eu não acredito que você voltou, e voltou para atrapalhar meus planos/
ZOROBABEL – Eu não te ensinei a te chamar de mãe não,
filhota?
ROSLENE – Sabe que eu não lembro? Acho que não, você devia estar muito ocupada
dando pra qualquer um que aparecesse. Aposto que você nem sabe quem é meu pai!
ZOROBABEL – Bem, não vamos entrar em detalhes, não é,
filhoca? Garanto que Noé não lembra mais qual dos mais de mil animais de sua
arca mijou no travesseiro.
ROSLENE – Também não me interessa. O que você tá fazendo aqui, hein? Esperando
alguém te enrabar?
ZOROBABEL – Nossa, filhoxa, que modo de falar com a sua
mãe. Eu moro aqui, sua bruta! Moro sim, a casa tá no meu nome. Eu andei sumida
mas é aqui que eu moro, só resolvi aparecer pra pegar o diamante da Difuntina,
minha finada e aberraçoada irmã/
ASTROGILDO – Ih, no meu diamante ninguém tasca a mão não,
viu?
ZOROBABEL – Hum, oi negão, como é seu nome?
ASTROGILDO – Meu nome é Francisco Astrogildo das Chagas
Motta Silva dos Anzóis, mas pode me chamar só de Astrogildo mesmo.
ZOROBABEL – Eu sou Zorobabel...
Zorobabel tira a blusa, mas uma tarja censura
seus seios.
ZOROBABEL - ...E esses são meus dotes!
ROSLENE – Não disse que é uma (CENSURA) mesmo?
Raimunda confirma com a cabeça
ASTROGILDO – E não é que a coroa ainda tá em dia?
Astrogildo agarra Zorobabel, todos observam
chocados.
ASTROGILDO – Quer ir no quarto um momentinho?
ZOROBABEL – Eu nunca nego fogo, meu canhão!
Os dois entram no quarto. Começa-se a ouvir
gritos e gemidos.
RAIMUNDA – Gente, sua mãe é muito safada mesmo, hein? Pegou até o nosso negão!
ROSLENE – Isso aí é uma sem-vergonha mesmo. Se bobear meu pai é o Eike Batista,
porque eu acho que até pra ele ela deu.
Astrogildo e Zorobabel saem. Ele fechando o
zíper da calça e ela ajeitando a blusa.
ASTROGILDO – Acabo de comprovar que Sérgio Reis estava
certo quando afirmou que panela velha é que faz comida boa.
RAIMUNDA – No caso você comeu não comeu a comida, e sim a panela. Ah, sabia que
comer rápido faz mal?
ASTROGILDO – Nem vem que eu tô igado que isso aí é puro
recalque, tá, Raimunda? Parece que ela ainda é virgem, sabia?
ROSLENE – Vamos parar com essa conversa, com essa palhaçada? Chega! Tô exausta,
seus imbecis! O foco aqui é o diamante!
RAIMUNDA – E cadê esse bendito diamante?
Todos olham pra mesa onde ele estava. Nada.
Depois olham pra Socorro que observa todos com uma cara de culpada.
SOCORRO – Que foi?
ASTROGILDO – Deve tá dentro da bolsa da Socorro! Ela deve
ter aproveitado a confusão e roubado! Eu vou abrir!
ROSLENE – Nada disso, eu sou a parente mais próxima da Socorro, então eu abro a
bolsa!
RAIMUNDA – Dá licença, que eu sou a empregada dela, então eu posso abrir.
ZOROBABEL – De jeito nenhum, eu sou a salvadora da
Socorro e eu abro!
ROSLENE – Que safada que nada, velha safada! Você só surgiu aqui pra dar pro negão
e/
RAIMUNDA – Ei! A Socorro tá fugindo!
Todos olham para a porta, de onde Socorro sai
correndo. Todos seguem ela, que cai no chão e é cercada.
SOCORRO – (Correndo) Ninguém vai abrir cacete nenhum! Ah, vocês querem porque
querem o meu diamante, né? Estão perdendo tempo, o meu diamante não tá na minha
bolsa, tá no meu sutiã!
Todos olham para os seios de Socorro.
SOCORRO – Eu e a merda da minha boca! (Grita) Ninguém vai pegar!
Socorro levanta e volta a correr. Os outros a
seguem novamente. Eles chegam a um beco mal iluminado e Socorro se sente
acoada. Ela sobe em uma lata de lixo mas acaba tropeçando. O diamante voa para
as mãos de Zorobabel, tenta fugir. Zorobabel quase derruba o diamante, e o
coloca entre as pernas, mas ele cai. Astrogildo pula e consegue segurar, mas se
distrai olhando a calcinha da mulher e Roslene pega o diamante. Raimunda fáz
cócegas em Roslene, que solta o diamante. Raimunda pega o diamante e sai
correndo, mas escorrega numa casca de banana e o diamante voa. Todos observam,
ninguém consegue pegar e o diamante cai no chão, lançando para uma parede uma
imagem: Difuntina. A imagem
ganha movimento e vira um vídeo, enquanto o diamante continua caído no chão,
lançando imagens a parede.
DIFUNTINA - Se
vocês estão vendo esse vídeo é porque eu morri e o diamante chegou as mãos de
vocês. E para que minha imagem esteja sendo projetada em algum lugar, é
necessário que tenham derrubado ele no chão. Se isso aconteceu, acredito que
seja por conta da briga de vocês. Espero que estejam todos aí, inclusive
Zorobabel, minha irmã.
Antes de tudo, uma revelação: O
diamante não tem nenhum valor comercial/
TODOS – Mas que diabo?
DIFUNTINA – (Cont.) Pois é feito do mais puro... PLÁSTICO! Sim.
Seu diamante é de plástico, Socorro! Mas eu gastei uma fortuna para conseguir
imprimir uma mensagem em vídeo dentro dele, que só seria exibida caso ele
caísse no chão.
Acho que todos querem saber o
motivo disso tudo, e estou apta a dizer: Quero unir minha família, mesmo que eu
esteja morta. Depois de tantas décadas minha irmã Áurea, mãe de Socorro morreu,
e Zorobabel cortou relações comigo. Eu e Roslene fomos para o Acre e nunca mais
conversamos com Socorro. Tivemos nossos motivos, mas não nos falávamos a quase
quinze anos.
Socorro, a fortuna que eu te
falei é essa: A família. Apenas isso. A família é o maior tesouro que temos em
nossas vidas.
Bom, cada minuto que eu falo
aqui eu gasto um milhão de reais, pois essa tecnologia é realmente muito
especial. Então, isso é um adeus.
Ah, eu amo vocês.
A imagem se apaga. Todos, exceto Raimunda,
estão emocionados.
ROSLENE – Eu confesso que não esperava por isso.
SOCORRO – Muito menos eu.
ZOROBABEL – Eu não esperava nada.
ASTROGILDO – Então essa é a famosa Tia Difuntina?
RAIMUNDA – Será que ainda dá para vender o restante do diamante?
ROSLENE – Socorro, mãe... Nós precisamos conversar. Raimunda e Astrogildo, será
que vocês podem dar uma licença?
RAIMUNDA – Claro, eu tô querendo cagar faz horas!
Astrogildo e Raimunda saem.
SOCORRO – Confesso que eu estou/
ROSLENE – Emocionada?
SOCORRO – Não, com sono. Mas finja que eu disse sim.
ROSLENE – Você me perdoa, Socorro?
SOCORRO – Por roubar meu diamante?
ROSLENE – Por tudo! Por todos esses anos, pela nossa infância, por tudo que eu te
fiz! Me perdoa?
SOCORRO – E eu tenho outra opção?
ZOROBABEL – Tem! Dá na cara dela e rouba a grana dela/
Socorro e Roslene se abraçam. Alguns
segundos, emoção a flor da pele.
ZOROBABEL – E eu? Ninguém me abraça?
Roslene, Socorro e Zorobabel se abraçam.
SOCORRO – (Grita) Raimunda? Astrogildo?
Astrogildo e Raimunda voltam ao beco.
SOCORRO – Bom, já que estão todos aqui... Eu preciso dizer uma coisa: Agora que
tudo deu certo, as pazes foram feitas, quero convidar todos para morar na minha
mansão. Enorme do jeito que é, não vem a calhar que eu fique sozinha.
RAIMUNDA e ASTROGILDO – Até eu?
SOCORRO – Meus queridos, eu não os chamei novamente aqui para nada, não é mesmo?
Sim, até vocês! Quero novamente o que sempre quis: Uma família!
Todos se abraçam. Corta para:
Cena 09. Mansão de Socorro. Interior, noite.
Estamos na sala de jantar da mansão de
Socorro. Todos [Astrogildo, Raimunda, Roslene, Socorro e Zorobabel] terminam de
servir em uma farta mesa. A decoração do ambiente é natalina. Eles começam a
cantar uma canção de ano novo.
SOCORRO - Adeus, ano velho!
ROSLENE - Feliz ano novo!
ASTROGILDO - Que tudo se realize!
RAIMUNDA - No ano que vai nascer!
ZOROBABEL - Muito dinheiro no bolso!
SOCORRO - Saúde pra dar e vender!
ROSLENE - Para os solteiros, sorte no amor!
ASTROGILDO - Nenhuma esperança perdida!
RAIMUNDA - Para os casados, nenhuma briga!
ZOROBABEL - Paz e sossego na vida!
Eles terminam de servir a mesa e se sentam,
começam a comer. A câmera foca na mesa, todos como uma família, se servem,
confraternizam. Vemos neles uma felicidade. A câmera vai se distanciando e
surge a voz de Socorro, em off.
SOCORRO – (Off.) Bom, o final é o mais previsível de todos, conhecido desde os
tempos da Carochinha: E todos viveram felizes para sempre...
Cena 10. Cemitério. Interior, dia.
Câmera surge em um cemitério, o que Difuntina
foi enterrada. Surge a legenda: Cemitério onde Difuntina foi enterrada/Horas
depois do enterro. Vemos um homem armado saindo do cemitério e arrumando as
calças, é o ladrão que abusou de Socorro e Roslene. A câmera vai até o lugar
onde o caixão de Difuntina foi enterrado e dá close na foto da mulher. Entra
debaixo da terra, entra no caixão. Difuntina abre um olho.
SOCORRO – (Off, cont.) Bem, quase todos...
DIFUNTINA – (Acordando) Mas o que...? Era só a minha labirintite!
(Grita) Socorro!
Corta para:
Cena 11. Mansão de Socorro. Exterior, noite.
Estamos do lado de fora da mansão de Socorro,
luzes de natal. Todos os personagens (Astrogildo, Aeromoça, Difuntina, Geiza,
Raimunda, Roslene, Socorro e Zorobabel) presentes. Começa-se a ouvir um
instrumental de funk, todos começam a dançar. Todos os personagens começam a
cantar o funk: ‘Quem nasceu piriga, nunca vai ser
diva’.
A câmera vai se distanciando enquanto os
personagens continuam dançando num ritmo alucinado. De repente, surge a
legenda: Fim.
A imagem congela e torna-se um diamante, que
por fim explode.